GÊNERO E SEXUALIDADE: PLANO DE AULA

(5) Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos.

(EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação, e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais;

 

 

(EM13CHS503) Identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psicológica etc.), suas principais vítimas, suas causas sociais, psicológicas e afetivas, seus significados e usos políticos, sociais e culturais, discutindo e avaliando mecanismos para combatê-las, com base em argumentos éticos.

Gênero e Sexualidade: O que é?

O Brasil ocupa o quinto lugar no ranking de violência contra a mulher e durante a pandemia de Covid-19 essa situação se agravou por causa do isolamento social. Segundo dados encontrados no site Politize!, somente no ano de 2017 cerca de 260.000 agressões foram registradas, todas baseadas na identidade de gênero. Esse tipo de violência é uma realidade em nosso país que afeta a vida de muitas vítimas. Portanto, nessa unidade estudaremos a diferença entre gênero e sexualidade e o porquê de algumas pessoas sofrerem por causa de questões associadas a esta temática. Além disso, veremos também exemplos de outras sociedades que pensam a relação de gênero de maneira diferente da nossa. Sugerimos que este conteúdo seja desenvolvido em duas aulas.

Contextualização teórica

Existem diferenças entre os termos gênero, identidade de gênero e sexo. As ciências sociais entendem o gênero como um conjunto de categorias associadas ao sexo masculino e ao sexo feminino. Logo, o conceito é construído socialmente na realidade e não algo natural.

As características atribuídas aos homens e às mulheres definem as posições que serão ocupadas por cada um na sociedade. Tais posições são baseadas segundo a cultura e com isso percebemos que as características associadas ao gênero podem sofrer variações, não sendo, portanto, estáticas. 

O fato de as características dos gêneros não serem fixas facilita o entendimento de que as pessoas podem ou não se identificar com as definições de gêneros que lhes são atribuídas quando elas nascem. A essas características damos o nome de identidade de gênero. 

Quanto à categoria de sexo, podemos defini-la com base nas características biológicas que diferenciam os homens das mulheres. Quando alguém sofre uma violência, seja ela física, sexual ou psicológica, por causa de sua identidade de gênero, é o que definimos por violência de gênero.  

Relevância em sala de aula

Infelizmente a violência de gênero é algo que não ocorre de forma isolada em nossa sociedade e muitas vezes acaba fazendo parte da realidade de um grande número de pessoas, de forma direta ou indireta. Essas vítimas, então, enfrentam os impactos que esse tipo de violência pode causar, seja no âmbito físico ou psicológico. Por isso, é importante que os estudantes estejam preparados para compreender o que é a violência de gênero, de modo que possam fazer análises críticas e saber sobre os seus direitos no que diz respeito ao assunto.

Objetivos

Objetivo Geral: Promover uma reflexão sobre a importância da igualdade de gêneros.

Objetivo Específico: 1) Diferenciar gênero e sexualidade; 2) compreender como a violência de gênero se desenvolve na nossa sociedade.

Preparando as aulas

Professora ou professor, para que você possa conduzir as aulas seguintes com tranquilidade, você deve ter uma boa compreensão dos conceitos de Gênero, sexualidade e violência de gênero. Também é importante que você esteja familiarizado com exemplos práticos desses conceitos que  podem estar presentes na vida dos estudantes. A seguir, temos uma sugestão de plano de aula para você. Para a realização dessas aulas você precisará de computador e projetor para apresentar as notícias.

Conteúdos:

Professora ou professor, para o desenvolvimento das aulas você deverá apresentar as notícias abaixo para a sua turma:

Brasil tem mais de 31 mil denúncias de violência doméstica ou familiar contra as mulheres até julho de 2022. https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2022/eleicoes-2022-periodo-eleitoral/brasil-tem-mais-de-31-mil-denuncias-violencia-contra-as-mulheres-no-contexto-de-violencia-domestica-ou-familiar 

Mulheres negras são maioria das vítimas de feminicídio e as que mais sofrem com desigualdade social. Durante a pandemia, a cada oito minutos uma mulher sofre violência, sendo mais da metade negras. 

Fonte: Agência Câmara de Notícias https://www.camara.leg.br/noticias/832964-mulheres-negras-sao-maioria-das-vitimas-de-feminicidio-e-as-que-mais-sofrem-com-desigualdade-social/ 

O Brasil se manteve em 2021 como o país que mais mata pessoas transgêneras em todo o mundo, uma liderança que permanece desde que o ranking começou a ser formulado em 2008. Só no último ano, foram 140 assassinatos de travestis e transexuais mapeados pelo dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), divulgado na sexta-feira de 28 de janeiro de 2022, véspera do Dia do Orgulho Trans. Mas esse total esbarra em subnotificação dos casos, falta de uma coordenação a nível federal do levantamento e desrespeito à identidade de gênero das vítimas, que ficam suscetíveis a sofrerem uma “segunda morte” nos registros de óbito. https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2022/01/29/brasil-continua-lider-mundial-de-assassinatos-da-populacao-trans.htm

Tempo de aula: 45 minutos

Metodologia: Aula expositiva dialogada

Recursos didáticos: Computador, data show e slides

Introdução

Organize a turma em círculo para que todos mantenham contato visual.

Desenvolvimento

  1. Leia as notícias com os estudantes e pergunte o que elas têm em comum;
  2. Pergunte se os alunos acreditam que homens e mulheres têm as mesmas funções na nossa sociedade e promova um pequeno debate; 
  3. Apresente os slides com as definições dos conceitos de gênero, sexualidade e violência de gênero.

Encerramento

    1. Peça que a turma se divida em dois ou três grupos, dependendo do número de estudantes, e que tragam exemplos de sociedades que tenham uma organização de papéis de gênero diferente da nossa. Os resultados das pesquisas deverão ser apresentados em uma roda de conversa na aula seguinte.

Tempo de aula: 45 minutos

Metodologia: Aula expositiva dialogada

Recursos didáticos: Computador, data show e caixa de som

Introdução

Organize a turma em círculo para que todos mantenham o contato visual e organize os grupos para que os resultados das pesquisas sejam apresentados.

Desenvolvimento

  1. Dê início a apresentação dos alunos e caso não seja citado, pergunte se existe alguma diferença entre os trabalhos exercidos por homens e mulheres naquela sociedade.
  2. Estimule os estudantes a comentar sobre o que mais chamou atenção a respeito dos papéis de gênero das sociedades apresentadas.
  3. Após todas as apresentações, pergunte aos estudantes se agora eles conseguem compreender melhor o porquê de o gênero ser uma construção social. 

Encerramento

  1. Apresente o clipe “Triste, louca ou má” de Francisco, el hombre. Disponível em:

Professor(a), para aprofundar seus estudos, confira os seguintes textos:

https://www.politize.com.br/violencia-de-genero-2/ 

BRASIL, Ministério da Educação. Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a homofobia nas escolas. Rogério Diniz Junqueira (Org). Brasília: Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, UNESCO, 2009. 

https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/unesco/orientacoes_tecnicas_sexualidade_unesco_2014.pdf 

Dicas de fontes para a pesquisa do trabalho proposto:

7 culturas com identidades de gênero não-binárias. 360 Meridianos, 2022. Disponível em: <https://www.360meridianos.com/especial/culturas-identidades-de-genero-nao-binarias> ;

Não-binário: culturas nas quais há outras formas de vivenciar o gênero para além do binário? Hypeness, 2021. Disponível em: <https://www.hypeness.com.br/2021/09/nao-binario-culturas-nas-quais-ha-outras-formas-de-vivenciar-o-genero-para-alem-do-binario/ >. 

Butler, J. (2016). Problemas de género: feminismo y subversión de la identidad. 11 ed. Río de Janeiro: civilización brasileña.

Brasil tem mais de 31 mil denúncias de violência doméstica ou familiar contra as mulheres até julho de 2022. Gov.br, 2022. Disponível em: <https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2022/eleicoes-2022-periodo-eleitoral/brasil-tem-mais-de-31-mil-denuncias-violencia-contra-as-mulheres-no-contexto-de-violencia-domestica-ou-familiar>. Acessado em 01 de outubro de 2022. 

Mulheres negras são maioria das vítimas de feminicídio e as que mais sofrem com desigualdade social

Fonte: Agência Câmara de Notícias. Câmara.leg.br, 2021Disponível em: <https://www.camara.leg.br/noticias/832964-mulheres-negras-sao-maioria-das-vitimas-de-feminicidio-e-as-que-mais-sofrem-com-desigualdade-social/>. Acessado em 01 de outubro de 2022.

Brasil continua líder mundial de assassinatos da população trans. UOL Notícias, 2022. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2022/01/29/brasil-continua-lider-mundial-de-assassinatos-da-populacao-trans.htm>. Acessado em 01 de outubro de 2022

VEJA TAMBÉM:

Professor(a), para a complementação do processo de ensino-aprendizagem, você pode indicar a leitura do seguinte texto a seus estudantes:

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Além disso, você pode indicar o podcast:

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